Maputo - Marginal

Mais um domingo, mais um passeio para daguerreotipar um pouco deste novo mundo que ando a descobrir... hoje dei uma caminhada pela marginal de Maputo; desci a Av Vladimir Lenine (onde moro) de chapa e comecei o meu percurso junto ao porto de pesca. O primeiro alvo fotografável foi um machibombo (nome dado aqui aos autocarros):

Na marginal há sempre gente, na conversa, a vender qualquer coisa ou simplesmente a curtir a "babalaza" de sábado à noite - o jogo de sombras na água é extremamente curioso e gostei particularmente do recorte da palmeira...

Algo que ainda não tinha visto: aproveitando o facto de as águas serem extremamente baixas nesta zona, dois homens pescam a pé... o estarem tão longe da costa torna o acto bizarro.

Junto ao Clube Naval ainda são visiveis as estacas de madeira onde noutros tempo se fixavam redes para que os portugueses aqui residentes não corressem o perigo de ser mordidos por tubarões... pelo menos foi o que me disseram. Sigo até à praia de Maputo, pouco concorrida apesar de ser domingo.

Terminei a caminhada a ler um livro no varandim da Av. Frederic Engels (lindo nesta altura do ano, todo florido) enquanto espero pela hora de me deliciar com um frango no piri-piri!

Maputo - Sé Catedral

O beleza da Sé Catedral de Maputo não pode deixar ninguém indiferente. Inaugurada em 1944 pelo Cardeal Cerejeira (após 8 anos de construção), este magnífico edifício de betão armado da autoria de Freitas e Costa sobreviveu aos longos anos de guerra e subsiste, imaculadamente conservado para gáudio de quem a visita ou frequenta... Aqui ficam alguns daguerreótipos que tirei ontem e hoje.

Maputo - Fortaleza

A Fortaleza de Maputo é uma construção quadrangular de tijolo vermelho localizada junto ao Porto de Pesca. Embora situado no mesmo local da original fortaleza (Sec XVIII) construída para defender o povoado de Lourenço Marques, o edifício tem pouco mais de 60 anos e nele funciona o Museu de História Militar. No seu jardim interior foi colocada a estátua de Mouzinho de Albuquerque, que outrora se erguia defronte da Câmara Municipal (na actual Praça da Independência). Os canhões ainda apontam para o seu exterior, mas felizmente, o conflito armado já abandonou este país em definitivo...

Maputo - O Mercado do Pau

Ao sábado no coração da baixa (Praça 25 de Junho) tem lugar o Mercado do Pau . Apesar do nome, não são só trabalhos em madeira que aqui se vendem, mas também pinturas em tecido (batik) peças em marfim, etc... muito bons negócios se podem fazer aqui, basta ter paciência e dominar a arte do regateio!

Passeio por Maputo

Hoje, Domingo, foi o quarto dia que passei aqui em Maputo e o primeiro em que levei a máquina fotográfica a passear; o trânsito é escasso e o chamamento dos condutores dos chapas é constante... mas hoje vou andar só a pé.

A caminho da baixa, a mítica figura de Samora Machel saúda-me mesmo em frente ao Jardim do Tunduru cujo arco de entrada me fascina.

O aspecto geral da cidade de Maputo (particularmente nesta zona) é de algum abandono e degradação, fruto (suponho eu) dos muitos anos de conflito que só recentemente terminou... a maioria dos edifícios necessita de obras urgentes, mas não deixam de apresentar uma beleza enorme; aqui ficam os dageurreótipos da Biblioteca Nacional, do edifício dos Correios, cinema Scala (em cartaz uma xaropada em vídeo vinda de Hong-Kong) e a pastelaria com o mesmo nome - como devia ser linda a Av 25 de Setembro (certamente com outro nome) há 40 anos atrás...

O Café Continental, na esquina de um edifício lindíssimo é das poucas referências que trago, dadas por um amigo que aqui esteve e que gabou os pastéis de nata... confirmo que são bons!

Fecho o circuito e estou de novo junto à estátua do Marechal Samora, desta vez a olhar para o cinema Gil Vicente, agora da Lusomundo.

Não sei o que funciona neste edifício, mas adorei a fachada...

Na Praça da Independência (surpreendentemente limpa e arranjada) encontra-se o majestoso edifício do Conselho Municipal e a fascinante Sé Catedral...

Trancoso

Paragem para um café rápido em Trancoso; daguerreotipei o escudo que nos recebe à entrada das muralhas e descobri que a Lassie afinal sempre voltou para casa... que fica em Trancoso!

Marialva

A aldeia histórica de Marialva é, na minha opinião, um dos mais mágicos lugares de Portugal... do topo do planalto, o velho casario que já Afonso Henriques encontrou abandonado grita-nos em sussurros, golfadas da história deste país. Não podia estar mais de acordo com o nosso Nobel...

Hei-de voltar cá no inverno, pois acho que aqui um daguerreótipo deve ter um céu carregado em vez de limpo e azul.

Este foi o único habitante que encontrei nas ruínas, atento e vigilante...